Pois bem...a novela continua e achei correto vir aqui dar um update nas notícias.
O dólar subiu loucamente! Quando comprei minha passagem para o Egito via Dubai em maio de 2008 o preço estava bom, mas nada de muito especial. Fazendo a conversão para reais a passagem saiu por nada menos do que R$ 2.700,00...preço bom na época, hoje, considerado uma pechincha! Graças à alta do dólar a mesma passagem saíria hoje por aproximadamente R$ 4.200,00!!!
Eu liguei para a empresa aérea e expliquei que sou soropositivo e que havia tomado conhecimento através de artigos na internet que a presença de soropositivos no país não é grata.
O funcionário ficou meio sem jeito e me disse que não sabia como lidar com a questão pois nunca havia tomado conhecimento de situação parecida. Ele pediu meu telefone e me disse que me ligaria no dia seguinte. E assim o fez: no dia seguinte ele me ligou e disse que havia verificado com seus superiores e realmente não era permitido a entrada no país de soropositivos, mas adicionou que ele mesmo já havia ido à Dubai algumas vezes e nunca o haviam perguntado se era ou não era portador do vírus HIV.
Eu concordei com ele, mas expliquei que meu caso era simplesmente a probabilidade de abrirem minha bagagem e me prenderem por ser portador de uma doença que "pelas leis deles" não é permitida no país.
Eu jamais diria a ninguém que sou HIV+, mas ao abrirem minha bagagem veriam minhas medicações e aí então eu seria incriminado pelas evidências em minhas malas!
Ele concordou comigo e disse que estava instruído a ressarcir o valor que eu havia pago pelas passagens sem a cobrança de multa. Como é boazinha a empresa aérea - pensei - não, não pensei nada disso! Pensei sim que de nada adiantaria, pois com a alta do dólar eu teria que pagar no mínimo R$ 1500 por uma nova passagem via Europa...isso se eu conseguisse passagem na data necessária para se encaixar com o pacote que eu previamente obtive no Egito.
E agora? - perguntei a ele. E ele me respondeu: "Senhor...infelizmente tudo que podemos fazer é ressarcir o valor da passagem, não podemos ser responsabilizados pela crise câmbial mundial.
Foi aí que ele me disse que antes de tomar qualquer atitude eu deveria telefonar para a Embaixada de Dubai na cidade de Brasília.
Saquei o telefone e em minutos falava com uma funcionária com sotaque árabe carregado. Contei minha história a ela e tudo o que ela me disse foi que uma vez que os medicamentos que eu tomo não fazem parte das drogas banidas pelas leis dos Emirados Árabes, o que eu deveria fazer era solicitar ao meu médico uma receita escrita em língua inglesa ou em árabe e colocar os medicamentos em minha bagagem despachada, não na bagagem de mão.
Ela me disse que provavelmente como eu vou ser passageiro em trânsito (chego em Dubai Às 21 horas de um dia e pego o vôo para o Egito no dia seguinte às 15 horas) eu não teria que fazer check-out em minha chegada ou check-in para embarcar para o Egito, resumindo, minha bagagem não vai ficar indo pra hotel, voltando de hotel, etc...provavelmente eu embarcaria minha bagagem no Brasil e só a veria novamente quando da minha chegada no Egito.
Fiquei mais aliviado com o que ela havia me dito. Ela deu a entender que mesmo que minha bagagem fosse esmiuçada pela imigração de Dubai, eles veriam os medicamentos, checariam a lista de drogas não permitidas no país, checariam a receita e me permitiriam passar as horas necessárias em seu país aliviados por saberem que eu, um vírus ambulante e perigoso, estaria de saída dentro de algumas horas.
Aí eu liguei para a empresa aérea novamente, falei novamente com aquele funcionário e ele confirmou que minha bagagem despachada não seria liberada em minha chegada, disse que eu só ficaria em poder de minha bagagem de mão nas pouco mais de 18 horas de estadia naquele simpático país.
Bem...eu não entendi nada...porque já havia dito ao funcionário que minha preocupação era pura e simplesmente por causa dos meus remédios!
De qualquer forma estou mais esperançoso com isso tudo. Acredito mesmo que tudo dará certo, afinal de contas tudo sempre dá certo em minha vida...rs...e se não der, se não der, se não der...bem...ao menos eu tentei...e como!
A minha dica, fazendo jus ao título deste post, é: se você é soropositivo e quer ir a Dubai, coloque seus medicamentos nas malas despachadas em um saco plástico devidamente acondicionados e acompanhados da receita médica redigida em língua inglesa ou em árabe.
Lembre-se que esta dica só vale para passageiros em trânsito, e nem sei se minha história vai dar certo ou não. Isso vocês só vão descobrir nos meus posts pós-viagem em 2009.
Eu ia ficar em Dubai por uma semana antes de embarcar para o Egito, mas tive um daqueles insights e cancelei tudo ao ver as notícias cujos links se encontram em posts anteriores aqui no blog. E nem preciso dizer que estou muito feliz com minha decisão, né?
Se você é soropositivo e vai à Dubai para ficar lá por aquelas terras carregando seus medicamentos, por favor me contacte e me diga como foi sua experiência.
Eu vou ficar sem tomar meus remédios por quase um dia na ida e mais um dia na volta, mas sinceramente digo aqui do fundo do meu coração: se depender de mim Dubai não verá meu passaporte tão cedo novamente nesta existência.
Meu nome é Anderson, tenho 53 anos na data de hoje e este blog é sobre tudo em minha vida, sobre todas as coisas sobre as quais gosto de opinar e comentar. Descobri que era soropositivo para o vírus HIV em 13/03/87, poucos dias após ter completado 20 anos de idade. À época um médico me disse que provavelmente eu teria mais 1 ou 2 anos de vida...e aqui estou a escrever neste blog mais de 30 anos após aquele dia em minha vida.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Eu tenho o direito de ter AIDS?
Eu sei que o título deste post é um tanto quanto agressivo, mas no momento é assim que eu me sinto! Tendo adquirido consciência de minha condição de soropositivo há 21 anos às vezes ainda me assusto ao perceber que a ignorância alheia ainda existe em relação a minha condição.
Sei que não sou o único nesta condição, mas quando se trata de lidar com preconceitos cada um tem sua maneira de reagir. A minha reação sempre foi de espanto, de espanto e um terrível dó daqueles que dividem espaço comigo neste planeta.
Já há algumas semanas vivo um terrível dilema pessoal. Meu namorado sempre teve verdadeira adoração pela cultura árabe e principalmente pela História do Egito. Sempre foi seu sonho conhecer o Egito, chegou até a estudar árabe em sua adolescência na ânsia de um dia conhecer as terras egípcias e suas belezas arquitetônicas datadas já de alguns séculos de existência.
Ele também é soropositivo como eu há muitos anos. Estamos ambos bem de saúde, ambos temos carga viral indetectável e contagem de linfócitos acima de 700 cópias.
O risco que temos de virmos a nos despedir em breve desta vida se dá mais em razão de morarmos em uma cidade onde as mortes por causas violentas só fazem aumentar dia após dia do que em razão do vírus HIV que carregamos em nosso sangue. Vivemos em São Paulo, e este já é um bom motivo para nos preocuparmos diariamente se retornaremos vivos a nossos lares depois de um longo dia de trabalho.
Bem, retornando ao assunto: há alguns meses, ele me disse que completaria 40 anos e se daria de presente a tão sonhada viagem ao Egito. Disse-me que a viagem lhe traria muita felicidade, principalmente se eu pudesse ir com ele.
Bem, eu nunca pensei em toda minha vida em conhecer o Egito, mas eu sabia que o faria feliz se fosse junto e imediamente comecei a fazer os preparativos para a viagem a ser feita em janeiro de 2009: roteiros, cruzeiro pelo Nilo, reserva de hotéis, passagem aérea, etc.
Foi então que tivemos a idéia de utilizar uma companhia aérea árabe que voa para o Egito com escala em Dubai nos Emirados Árabes. E foi bem aí nesse estágio que meus problemas começaram.
Compramos a passagem primeiramente e só depois comecei a pesquisar sobre os lugares onde iríamos. Fiquei estarrecido ao descobrir através de minhas pesquisas na Internet a quantidade de preconceito que existe nos países árabes contra portadores do HIV. A quantidade de notícias sobre pessoas que sofrem por serem soropositivas ou apenas suspeitas de o serem em países islâmicos é estarrecedora. Nem vou citar todas aqui porque ficaria tudo longo demais, mas há algumas interessantes:
No Egito homens são forçados a fazerem exame de sangue e até mesmo terem o reto examinado para que ficasse provado que haviam praticado o sexo pecaminoso dos homossexuais
Que tristeza...nem vou colocar outros links porque é tudo muito triste. Todo estrangeiro nos Emirados Árabes que seja portador do vírus HIV é passível de prisão e deportação. Pelas notícias que li a deportação seria o melhor de todos, não gosto nem de pensar o que aconteceria comigo se fosse preso por ser HIV+ nos Emirados Árabes. Pelo que li os Direitos Humanos não fazem parte dos sistemas prisionais de lá. Ser preso sem direito à defesa não me pareceu ser algo incomum por aquelas bandas.
Mas o que me deixou mais triste ainda foi ler em um grupo de discussão do UOL VIAGEM um artigo que diz que os Estados Unidos vão por fim às restrições de entrada de pessoas portadoras do vírus da AIDS em seu território.
E eu que achava que esse vírus que carrego em meu organismo há 21 anos tinha sotaque americano! Se tinha já deve ter perdido depois de tanto tempo .
O pior foi ler um dos comentários feito por um dos leitores que diz literalmente (COPY AND PASTE DO ARTISTA A SEGUIR): "Sou contra ainda mais sendo estes brasileiros povo extremamente cruel e invejosso serão capazes de conquistar homens e mulheres NORTE AMERICANOS para depois os infectar com HIV EU SE TIVÉSSE A BENÇÃO DFOSSE DE INDOLE DECENTE NÃO BRASILEIRA PARA SER UM AMERICANO ESTADUNIDENSE EU LUTARIA CONTRA SO ABRIA EXEÇÃO PARA OS NATOS DE PAISES DIGNOS COMO CANADA,ESPANHA,ITALIA!!!!!MUITO OBRIGADO". navblog.uol.com.br/comment.html
O português do cidadão aí acima é sofrível, mas ainda mais são suas idéias. E viva a democracia! Porque graças a ela ambos temos o direito de expressar nossas opiniões!
Bem, pra terminar só posso dizer que estou muito triste com isso tudo. Triste com a mentalidade das pessoas, triste pelo preconceito, triste por saber que em alguns países tanto do mundo dito desenvolvido, leia-se: Estados Unidos da América, quanto do mundo com idéias mais retrógradas como o "mundo árabe", temos ainda que lidar com este tipo de preconceito em pleno final de primeira década do século XXI.
Eu sei que nos Estados Unidos bem como em vários países islâmicos há pessoas que não refletem este tipo de idéia. Estou me referindo aos governos. Até mesmo porque o Brasil é tido como um país de idéias modernas e de um povo mente aberta e o depoimento de meu conterrâneo acima também é a meu ver "um tanto quanto" preconceituoso, pra não dizer outra coisa.
Há 10 anos (comecei a tomar o coquetel em 1998) necessito de medicação anti-retroviral para que meu organismo resista aos ataques do virus HIV. Pretendo ficar 21 dias viajando pelo Egito e não posso abrir mão da medicação por período tão extenso.
O número de substâncias consideradas proibidas nos Emirados Árabes é imenso (são 27 páginas, clique no link). Se alguém desavisado entra no país portando um medicamento qualquer que esteja na lista de medicações proibidas sem portar receita médica e declaração médica explicando a extrema necessidade do uso daquela medicação, as chances de ser preso não são nada pequenas. Se o risco fosse apenas o confisco da medicação e a permissão de entrada ou até mesmo a deportação do turista isto não seria tão grave, mas pelas noticías que tenho lido na internet as coisas não são assim tão simples.
O grande problema para mim é que minhas medicações não fazem parte da lista negra dos EAU (Emirados Árabes Unidos), mas têm a palavra AIDS estampada em seus rótulos e é condição que todos os medicamentos estejam devidamente acomodados em suas embalagens originais para não criar suspeitas. Ou seja, se correr o bicho pega (por não apresentar as medicações em suas embalagens originais) e se ficar o bicho come (porque ser soropositivo por lá é passível de deportação) .
Pode ser que esses meus medos sejam completamente infundados e eu entre e saia de Dubai sem sofrer nenhum tipo de constrangimento por carregar em minha bagagem de mão comprimidos que me mantêm vivo. Mas pode ser que não, portanto se não houver mais posts neste blog após janeiro de 2009 por favor procurem por mim.
PS: As partes grifadas ou em caracteres diferenciados neste texto são links. Clique nelas para ser levado (a) aos sites correspondentes.
Sei que não sou o único nesta condição, mas quando se trata de lidar com preconceitos cada um tem sua maneira de reagir. A minha reação sempre foi de espanto, de espanto e um terrível dó daqueles que dividem espaço comigo neste planeta.
Já há algumas semanas vivo um terrível dilema pessoal. Meu namorado sempre teve verdadeira adoração pela cultura árabe e principalmente pela História do Egito. Sempre foi seu sonho conhecer o Egito, chegou até a estudar árabe em sua adolescência na ânsia de um dia conhecer as terras egípcias e suas belezas arquitetônicas datadas já de alguns séculos de existência.
Ele também é soropositivo como eu há muitos anos. Estamos ambos bem de saúde, ambos temos carga viral indetectável e contagem de linfócitos acima de 700 cópias.
O risco que temos de virmos a nos despedir em breve desta vida se dá mais em razão de morarmos em uma cidade onde as mortes por causas violentas só fazem aumentar dia após dia do que em razão do vírus HIV que carregamos em nosso sangue. Vivemos em São Paulo, e este já é um bom motivo para nos preocuparmos diariamente se retornaremos vivos a nossos lares depois de um longo dia de trabalho.
Bem, retornando ao assunto: há alguns meses, ele me disse que completaria 40 anos e se daria de presente a tão sonhada viagem ao Egito. Disse-me que a viagem lhe traria muita felicidade, principalmente se eu pudesse ir com ele.
Bem, eu nunca pensei em toda minha vida em conhecer o Egito, mas eu sabia que o faria feliz se fosse junto e imediamente comecei a fazer os preparativos para a viagem a ser feita em janeiro de 2009: roteiros, cruzeiro pelo Nilo, reserva de hotéis, passagem aérea, etc.
Foi então que tivemos a idéia de utilizar uma companhia aérea árabe que voa para o Egito com escala em Dubai nos Emirados Árabes. E foi bem aí nesse estágio que meus problemas começaram.
Compramos a passagem primeiramente e só depois comecei a pesquisar sobre os lugares onde iríamos. Fiquei estarrecido ao descobrir através de minhas pesquisas na Internet a quantidade de preconceito que existe nos países árabes contra portadores do HIV. A quantidade de notícias sobre pessoas que sofrem por serem soropositivas ou apenas suspeitas de o serem em países islâmicos é estarrecedora. Nem vou citar todas aqui porque ficaria tudo longo demais, mas há algumas interessantes:
No Egito homens são forçados a fazerem exame de sangue e até mesmo terem o reto examinado para que ficasse provado que haviam praticado o sexo pecaminoso dos homossexuais
Que tristeza...nem vou colocar outros links porque é tudo muito triste. Todo estrangeiro nos Emirados Árabes que seja portador do vírus HIV é passível de prisão e deportação. Pelas notícias que li a deportação seria o melhor de todos, não gosto nem de pensar o que aconteceria comigo se fosse preso por ser HIV+ nos Emirados Árabes. Pelo que li os Direitos Humanos não fazem parte dos sistemas prisionais de lá. Ser preso sem direito à defesa não me pareceu ser algo incomum por aquelas bandas.
Mas o que me deixou mais triste ainda foi ler em um grupo de discussão do UOL VIAGEM um artigo que diz que os Estados Unidos vão por fim às restrições de entrada de pessoas portadoras do vírus da AIDS em seu território.
E eu que achava que esse vírus que carrego em meu organismo há 21 anos tinha sotaque americano! Se tinha já deve ter perdido depois de tanto tempo .
O pior foi ler um dos comentários feito por um dos leitores que diz literalmente (COPY AND PASTE DO ARTISTA A SEGUIR): "Sou contra ainda mais sendo estes brasileiros povo extremamente cruel e invejosso serão capazes de conquistar homens e mulheres NORTE AMERICANOS para depois os infectar com HIV EU SE TIVÉSSE A BENÇÃO DFOSSE DE INDOLE DECENTE NÃO BRASILEIRA PARA SER UM AMERICANO ESTADUNIDENSE EU LUTARIA CONTRA SO ABRIA EXEÇÃO PARA OS NATOS DE PAISES DIGNOS COMO CANADA,ESPANHA,ITALIA!!!!!MUITO OBRIGADO". navblog.uol.com.br/comment.html
O português do cidadão aí acima é sofrível, mas ainda mais são suas idéias. E viva a democracia! Porque graças a ela ambos temos o direito de expressar nossas opiniões!
Bem, pra terminar só posso dizer que estou muito triste com isso tudo. Triste com a mentalidade das pessoas, triste pelo preconceito, triste por saber que em alguns países tanto do mundo dito desenvolvido, leia-se: Estados Unidos da América, quanto do mundo com idéias mais retrógradas como o "mundo árabe", temos ainda que lidar com este tipo de preconceito em pleno final de primeira década do século XXI.
Eu sei que nos Estados Unidos bem como em vários países islâmicos há pessoas que não refletem este tipo de idéia. Estou me referindo aos governos. Até mesmo porque o Brasil é tido como um país de idéias modernas e de um povo mente aberta e o depoimento de meu conterrâneo acima também é a meu ver "um tanto quanto" preconceituoso, pra não dizer outra coisa.
Há 10 anos (comecei a tomar o coquetel em 1998) necessito de medicação anti-retroviral para que meu organismo resista aos ataques do virus HIV. Pretendo ficar 21 dias viajando pelo Egito e não posso abrir mão da medicação por período tão extenso.
O número de substâncias consideradas proibidas nos Emirados Árabes é imenso (são 27 páginas, clique no link). Se alguém desavisado entra no país portando um medicamento qualquer que esteja na lista de medicações proibidas sem portar receita médica e declaração médica explicando a extrema necessidade do uso daquela medicação, as chances de ser preso não são nada pequenas. Se o risco fosse apenas o confisco da medicação e a permissão de entrada ou até mesmo a deportação do turista isto não seria tão grave, mas pelas noticías que tenho lido na internet as coisas não são assim tão simples.
O grande problema para mim é que minhas medicações não fazem parte da lista negra dos EAU (Emirados Árabes Unidos), mas têm a palavra AIDS estampada em seus rótulos e é condição que todos os medicamentos estejam devidamente acomodados em suas embalagens originais para não criar suspeitas. Ou seja, se correr o bicho pega (por não apresentar as medicações em suas embalagens originais) e se ficar o bicho come (porque ser soropositivo por lá é passível de deportação) .
Pode ser que esses meus medos sejam completamente infundados e eu entre e saia de Dubai sem sofrer nenhum tipo de constrangimento por carregar em minha bagagem de mão comprimidos que me mantêm vivo. Mas pode ser que não, portanto se não houver mais posts neste blog após janeiro de 2009 por favor procurem por mim.
PS: As partes grifadas ou em caracteres diferenciados neste texto são links. Clique nelas para ser levado (a) aos sites correspondentes.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Mais um ano se inicia hoje para mim!!!
Mesmo com a correria toda do trabalho eu não podia deixar de escrever um bocadinho aqui. Hoje é 13 de março de 2008. Pra mim um novo ano se inicia. Não se trata de Ano Novo chinês, trata-se de meu próprio aniversário de sobrevivência e nada melhor do que fogos de artifício para comemorá-los.
Em 13 de março de 1987 recebi aquele exame nas mãos me dando a tal sentença de morte que o médico do laboratório proferiu. Sentença de vida foi o que ele me deu sem saber, seu eu mesmo saber.
Foi naquele momento que percebi que se quisesse continuar teria que lutar, que sem luta nada se consegue nesta vida que vivemos. Já são 21 anos convivendo com esse vírus, aproximadamente 7665 dias, um pouco mais contando-se os anos bissextos. Aprendi muito nesses anos todos, cresci muito nesses anos todos, amadureci, envelheci mesmo. Sim, já não sou mais aquele jovenzinho inseguro que era aos 20 anos de idade quando segurei aquele pedaço de papel em minhas mãos.
A beleza física que chamava a atenção já não está mais comigo, a pele não é a mais a mesma...e os cabelos...bem...destes melhor nem comentar, pois não sobraram muitos. Modificada foi a textura capilar, bem como a textura de minh'alma...já não sou mais ingênuo como era, já não acredito mais que meus olhos azuis farão com que as pessoas se apaixonem por mim de forma incondicional, enfim, muitas coisas se foram, mas muitas coisas adquiri.
Adquiri experiência, e isto não tem preço. Aliás, não passa de um clichê dizer que experiência nessa vida é o que vale. Experiência é o que vale uma ova! Perder a viçosidade da pele, adquirir pneuzinhos chatos que insistem em aparecer toda vez que nos olhamos no espelho, isso tudo é um saco, mas é inevitável. Assim como inevitavelmente muitas coisas ruins são trazidas pelo vírus HIV em nosso organismo. Para uns mais, para outros menos, mas todos que convivem com este vírus bem sabem que fácil essa jornada não é.
Mais fogos porque estou feliz! Porque estou feliz e porque mereço!
Mas não se enganem aqueles que fazem de mim um herói imortal inserido em quatrocentas e poucas páginas de narrativa de uma vida que mal poderia ser narrada em poucos milhares de páginas, ou milhões, quem sabe? Se querem saber se estou feliz por completar mais esse aniversário de vida pós resultado HIV, a resposta é: sim, estou.
Mas como infelizmente não sou personagem de um livro criado pela imaginação de um autor talentoso qualquer só posso dizer que continuo minha luta, com alegrias e tristezas diárias, com sonhos, desilusões, muitas tristezas.
Só posso dizer que esta história de que portador do vírus HIV tem que ter qualidade de vida é pura balela. Tem sim que se ter qualidade de vida. Qualquer um que a esse mundo veio, mas é muito difícil.
Eu poderia ter me transformado em um eremita qualquer no intuito de me preservar, mas não o fiz. Porque a espiritualidade me ensinou (não gosto de falar de religião, mas cada um tem a sua, e eu tenho a minha filosofia de vida) que ao se isolar do mundo na ânsia de não pecar e não sucumbir às tentações vantagem alguma leva aquele que o faz.
Então continuo sofrendo como todos. Tenho que atingir metas irracionais no trabalho, respiro o ar poluído de São Paulo, fecho a janela do carro na tentativa absurda de me preservar da violência causada pelas injustiças sociais impostas por esse sistema político corrupto do qual todos nós somos vítima, sofro por amor, ou pela falta dele...sou apenas mais um aqui, como todos os outros também o são.
Mas sonho...visualizo...e como muitos outros...acredito...
Em 13 de março de 1987 recebi aquele exame nas mãos me dando a tal sentença de morte que o médico do laboratório proferiu. Sentença de vida foi o que ele me deu sem saber, seu eu mesmo saber.
Foi naquele momento que percebi que se quisesse continuar teria que lutar, que sem luta nada se consegue nesta vida que vivemos. Já são 21 anos convivendo com esse vírus, aproximadamente 7665 dias, um pouco mais contando-se os anos bissextos. Aprendi muito nesses anos todos, cresci muito nesses anos todos, amadureci, envelheci mesmo. Sim, já não sou mais aquele jovenzinho inseguro que era aos 20 anos de idade quando segurei aquele pedaço de papel em minhas mãos.
A beleza física que chamava a atenção já não está mais comigo, a pele não é a mais a mesma...e os cabelos...bem...destes melhor nem comentar, pois não sobraram muitos. Modificada foi a textura capilar, bem como a textura de minh'alma...já não sou mais ingênuo como era, já não acredito mais que meus olhos azuis farão com que as pessoas se apaixonem por mim de forma incondicional, enfim, muitas coisas se foram, mas muitas coisas adquiri.
Adquiri experiência, e isto não tem preço. Aliás, não passa de um clichê dizer que experiência nessa vida é o que vale. Experiência é o que vale uma ova! Perder a viçosidade da pele, adquirir pneuzinhos chatos que insistem em aparecer toda vez que nos olhamos no espelho, isso tudo é um saco, mas é inevitável. Assim como inevitavelmente muitas coisas ruins são trazidas pelo vírus HIV em nosso organismo. Para uns mais, para outros menos, mas todos que convivem com este vírus bem sabem que fácil essa jornada não é.
Mais fogos porque estou feliz! Porque estou feliz e porque mereço!
Mas não se enganem aqueles que fazem de mim um herói imortal inserido em quatrocentas e poucas páginas de narrativa de uma vida que mal poderia ser narrada em poucos milhares de páginas, ou milhões, quem sabe? Se querem saber se estou feliz por completar mais esse aniversário de vida pós resultado HIV, a resposta é: sim, estou.
Mas como infelizmente não sou personagem de um livro criado pela imaginação de um autor talentoso qualquer só posso dizer que continuo minha luta, com alegrias e tristezas diárias, com sonhos, desilusões, muitas tristezas.
Só posso dizer que esta história de que portador do vírus HIV tem que ter qualidade de vida é pura balela. Tem sim que se ter qualidade de vida. Qualquer um que a esse mundo veio, mas é muito difícil.
Eu poderia ter me transformado em um eremita qualquer no intuito de me preservar, mas não o fiz. Porque a espiritualidade me ensinou (não gosto de falar de religião, mas cada um tem a sua, e eu tenho a minha filosofia de vida) que ao se isolar do mundo na ânsia de não pecar e não sucumbir às tentações vantagem alguma leva aquele que o faz.
Então continuo sofrendo como todos. Tenho que atingir metas irracionais no trabalho, respiro o ar poluído de São Paulo, fecho a janela do carro na tentativa absurda de me preservar da violência causada pelas injustiças sociais impostas por esse sistema político corrupto do qual todos nós somos vítima, sofro por amor, ou pela falta dele...sou apenas mais um aqui, como todos os outros também o são.
Mas sonho...visualizo...e como muitos outros...acredito...
domingo, 9 de março de 2008
Os jovens de ontem e hoje
Dia destes eu estava dando uma aula e me peguei falando algo que quase me fez dizer a todos coisas que não deveria ter dito. Tive vontade de dizer: Sabe, gente, eu sou seu professor, amo o que eu faço, sou soropositivo e gostaria muito que vocês soubessem de minha condição...sei lá entende...tipo assim (rs...)...acho muito importante que vocês todos tão jovens se cuidem, cuidem de sua saúde e se protejam desse maldito vírus HIV. Porque vocês têm toda a informação que eu não tive, a ciência evoluiu muito desde que eu descobri minha condição em 1987, mas ainda é muito difícil ser soropositivo neste país.
Estava lá eu falando de ícones da sociedade de todos os tempos e de repente apareceu a figura de James Dean entre todos os outros. Muitos poucos sabiam quem ele era, acho mesmo que dentre os 20 alunos somente 2 haviam falado do grande astro do cinema que morreu em um acidente automobilístico na metade da década de 50.
Percebi alguns risinhos quando comecei a falar sobre James Dean.
Não sei se foi paranóia da minha parte, mas era algo do tipo: esse professor tá mesmo véio, conhece até esse cara aí dos anos 50!
Confesso que fiquei um pouco bravo e tive vontade de dizer a eles que se sei das coisas é porque leio, me informo, etc...etc...mas isto só me tornaria um velho rabugento e não era essa minha intenção naquele momento...rs...
O engraçado é que dentre os ícones ali discutidos estava também um outro que dizia uma frase do tipo (a frase original era inglês, matéria que eu leciono): "A gente vive somente uma vez, e do jeito que vivo, uma vez é suficiente".
Como a atividade era descobrir qual daquelas pessoas famosas havia dito as frases, imediatamente a moçada a associou a James Dean. E estavam errados, quem havia dito tal frase havia sido Frank Sinatra.
Foi quando me peguei dizendo a eles que estavam errados, que James Dean jamais havia dito tal frase. Que mesmo tendo morrido aos 24 anos porque abusava da velocidade ao volante, ele muito provavelmente jamais havia achado que morreria em um acidente. E continuei...disse que quando somos jovens nos achamos imortais, sabemos, temos plena certeza que jamais morreremos antes de ficarmos bem velhinhos.
É como se tivéssemos um pacto com o cara lá em cima que nos protegesse em todas as situações. É por isso que nos arriscamos tanto quando somos jovens, vocês concordam? - perguntei a eles - e eles assentiram em uníssono.
Foi então que pensei em abrir o jogo e dizer a eles que comigo havia acontecido a mesma coisa quando tinha 19 anos. E no meu caso, só Deus sabe por quê, parece que o pacto havia funcionado, pois ainda estou aqui para contar as minhas histórias. Mesmo tendo adquirido um vírus mortal há 21 anos.
Depois me peguei pensando se eu me achava mesmo um super herói imortal quando tinha a idade deles. E a resposta veio como um relâmpago: sim.
Na verdade em 1987 se falava muito pouco em AIDS no Brasil, mas eu já havia ouvido falar a respeito, e podia ter me resguardado mais, mas não o fiz...justamente porque achei que comigo não aconteceria.
Em meu livro narro uma passagem triste, foi a perda de meu melhor amigo à época. Morreu em um acidente de carro na Via Dutra aos 18 anos de idade. Ele sequer sabia dirigir, nem sei bem como aconteceu o acidente, mas fico agora pensando se o amigo dele que estava ao volante sofria da mesma síndrome da juventude imortal da qual todos nós um dia já sofremos.
Estava lá eu falando de ícones da sociedade de todos os tempos e de repente apareceu a figura de James Dean entre todos os outros. Muitos poucos sabiam quem ele era, acho mesmo que dentre os 20 alunos somente 2 haviam falado do grande astro do cinema que morreu em um acidente automobilístico na metade da década de 50.
Percebi alguns risinhos quando comecei a falar sobre James Dean.
Não sei se foi paranóia da minha parte, mas era algo do tipo: esse professor tá mesmo véio, conhece até esse cara aí dos anos 50!
Confesso que fiquei um pouco bravo e tive vontade de dizer a eles que se sei das coisas é porque leio, me informo, etc...etc...mas isto só me tornaria um velho rabugento e não era essa minha intenção naquele momento...rs...
O engraçado é que dentre os ícones ali discutidos estava também um outro que dizia uma frase do tipo (a frase original era inglês, matéria que eu leciono): "A gente vive somente uma vez, e do jeito que vivo, uma vez é suficiente".
Como a atividade era descobrir qual daquelas pessoas famosas havia dito as frases, imediatamente a moçada a associou a James Dean. E estavam errados, quem havia dito tal frase havia sido Frank Sinatra.
Foi quando me peguei dizendo a eles que estavam errados, que James Dean jamais havia dito tal frase. Que mesmo tendo morrido aos 24 anos porque abusava da velocidade ao volante, ele muito provavelmente jamais havia achado que morreria em um acidente. E continuei...disse que quando somos jovens nos achamos imortais, sabemos, temos plena certeza que jamais morreremos antes de ficarmos bem velhinhos.
É como se tivéssemos um pacto com o cara lá em cima que nos protegesse em todas as situações. É por isso que nos arriscamos tanto quando somos jovens, vocês concordam? - perguntei a eles - e eles assentiram em uníssono.
Foi então que pensei em abrir o jogo e dizer a eles que comigo havia acontecido a mesma coisa quando tinha 19 anos. E no meu caso, só Deus sabe por quê, parece que o pacto havia funcionado, pois ainda estou aqui para contar as minhas histórias. Mesmo tendo adquirido um vírus mortal há 21 anos.
Depois me peguei pensando se eu me achava mesmo um super herói imortal quando tinha a idade deles. E a resposta veio como um relâmpago: sim.
Na verdade em 1987 se falava muito pouco em AIDS no Brasil, mas eu já havia ouvido falar a respeito, e podia ter me resguardado mais, mas não o fiz...justamente porque achei que comigo não aconteceria.
Em meu livro narro uma passagem triste, foi a perda de meu melhor amigo à época. Morreu em um acidente de carro na Via Dutra aos 18 anos de idade. Ele sequer sabia dirigir, nem sei bem como aconteceu o acidente, mas fico agora pensando se o amigo dele que estava ao volante sofria da mesma síndrome da juventude imortal da qual todos nós um dia já sofremos.
sábado, 24 de fevereiro de 2007
Estou ficando velho?
Hoje faço 41 anos e ao me levantar esta manhã me peguei pensando no que é este tal processo de envelhecimento pelo qual todos nós passamos a menos que nossas vidas sejam abreviadas por algum fator alheio à nossa vontade.
Fiquei pensando em quanto ainda há em mim daquele Anderson das primeiras páginas do livro, ou até mesmo do personagem das páginas finais, uma vez que o capítulo final foi escrito há mais de 5 anos.
O estranho em envelhecer, ou aos mais afeitos aos abrandamentos de linguagem; em amadurecer, é que nós não vemos isto acontecer. É algo que acontece de fora pra dentro e uma vez que nos olhamos frequentemente é difícil que percebamos as mudanças estéticas acontecendo. Por outro lado, as mudanças de comportamento...ah...estas, ao menos pra mim, são cada vez mais claras no meu dia-a-dia.
O estranho em envelhecer, ou aos mais afeitos aos abrandamentos de linguagem; em amadurecer, é que nós não vemos isto acontecer. É algo que acontece de fora pra dentro e uma vez que nos olhamos frequentemente é difícil que percebamos as mudanças estéticas acontecendo. Por outro lado, as mudanças de comportamento...ah...estas, ao menos pra mim, são cada vez mais claras no meu dia-a-dia.
Recebi inúmeras ligações de amigos hoje me perguntando como eu iria comemorar mais este aniversário. E a minha resposta foi: vivendo.
Alguns que não me conhecem muito bem e que nem sabem que sou soropositivo podem ter entendido que eu estava desanimado ou coisa parecida, mas não era nada disso. Me sinto tão em paz e tão grato a Deus por ter vivido já tanto depois daquele dia em que peguei o resultado do meu exame que simplesmente me sinto sereno e feliz...comemorar é muito bom, é claro, mas nada impede que se comemore algo de uma forma zen como fiz hoje.
Alguns que não me conhecem muito bem e que nem sabem que sou soropositivo podem ter entendido que eu estava desanimado ou coisa parecida, mas não era nada disso. Me sinto tão em paz e tão grato a Deus por ter vivido já tanto depois daquele dia em que peguei o resultado do meu exame que simplesmente me sinto sereno e feliz...comemorar é muito bom, é claro, mas nada impede que se comemore algo de uma forma zen como fiz hoje.
O Anderson de alguns anos atrás provavelmente precisaria chacoalhar o esqueleto em uma danceteria, se exceder na bebida ou fazer uma festa pra mostrar a todos que estava feliz. Não que isto esteja errado, mas eu mesmo acho interessante estas mudanças ocorridas em minha forma de ser e ver as coisas. Acho que isso é amadurecer.
Jamais imaginei que um dia poderia ver as mudanças que o tempo faz em nossa aparência, ou de perceber em minha própria história as coisas que a minha avó me falava do tipo: vai chegar um dia em que você já não vai mais ter tanta pressa, ou sei mais lá o que...rs...o legal de tudo isso é que graças a Deus estou com saúde e vivendo minha história como muitas outras pessoas pelo mundo afora.
Jamais imaginei que um dia poderia ver as mudanças que o tempo faz em nossa aparência, ou de perceber em minha própria história as coisas que a minha avó me falava do tipo: vai chegar um dia em que você já não vai mais ter tanta pressa, ou sei mais lá o que...rs...o legal de tudo isso é que graças a Deus estou com saúde e vivendo minha história como muitas outras pessoas pelo mundo afora.
Como coincidência em minha vida é coisa pouca, hoje à tarde me deitei em minha cama, liguei a TV e lá estava Jéssica Tandy na telinha.
Aos 80 anos, no ano de 1989 quando eu tinha 22 anos, esta atriz inglesa ganhou o Oscar de melhor atriz por sua fantástica atuação em Driving Miss Daisy. E eu aqui me pego dizendo que estou envelhecendo...blablabla...
Não tenho o menor pudor de dizer que não pude conter as lágrimas ao ver Miss Daisy do alto de sua rabugice segurar a mão de seu motorista negro e dizer-lhe que ele era seu melhor amigo. Já confusa pela idade avançada a personagem rica e altiva se vê em uma situação de extrema insegurança e recebe o conforto das mãos de um criado seu.
Aos 80 anos, no ano de 1989 quando eu tinha 22 anos, esta atriz inglesa ganhou o Oscar de melhor atriz por sua fantástica atuação em Driving Miss Daisy. E eu aqui me pego dizendo que estou envelhecendo...blablabla...
Não tenho o menor pudor de dizer que não pude conter as lágrimas ao ver Miss Daisy do alto de sua rabugice segurar a mão de seu motorista negro e dizer-lhe que ele era seu melhor amigo. Já confusa pela idade avançada a personagem rica e altiva se vê em uma situação de extrema insegurança e recebe o conforto das mãos de um criado seu.
Se as pessoas se preocupassem menos com o ter e mais com o ser este nosso mundo seria bastante diferente. Mas vou parar por aqui por hoje porque quem gosta de reclamar é velho...e isso eu não vou ser nunca...hehehe!
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